Se acha que o mundo é um lugar aborrecido, é porque não conhece Pepe Leal. A sua forma de lidar com a cor, a sua capacidade de combinar texturas e o seu domínio da composição espacial fizeram dele uma das referências proeminentes do design de interiores no nosso país.
Pepe Leal reconhece que sempre teve uma personalidade extrovertida e otimista, uma caraterística que se transmite nos seus projetos de interiores, onde o decorador mais mediático da nossa lista irradia frescura e elegância. Numa entrevista à prestigiada revista AD, ao receber o prémio de designer de interiores do ano, o nosso protagonista confessou o seu fraco por tons vibrantes e arrojados e, apesar de admitir que por vezes tem dificuldade em não exagerar, a verdade é que gostamos tanto de cor como ele.
No seu estilo eclético mas coerente, Pepe Leal gosta de combinar elementos dos séculos XVII e XVIII das culturas inglesa, francesa e espanhola, bem como peças e motivos da arquitetura racionalista, aos quais acrescenta toques kitsch. A sua experiência em Londres, onde começou a explorar a estética, influenciou a sua carreira, mas foi no seu regresso a Espanha que mergulhou verdadeiramente no mundo do design de interiores. Um universo que o fascina e no qual a arte contemporânea é a sua principal fonte de inspiração, como se pode observar no tratamento que dá às texturas e à composição espacial no seu trabalho como designer de interiores.
No seu atelier, showroom e antiquário no bairro de Salamanca, em Madrid, Pepe Leal cria projetos para clientes de todo o mundo, tendo sempre a cor como principal fonte de inspiração. Como já vimos, a sua paixão pela cor é inesgotável: "Não consigo imaginar a minha vida sem cor. É a minha fraqueza. Gosto de todas, exceto daquelas a que falta harmonia e equilíbrio. A cor deve envolver-nos de uma forma agradável, deve seduzir-nos", confessou à revista AD. Uma filosofia que pudemos ver em primeira mão no seu design de interiores para o nosso projeto La Finca by Kronos Homes, um espetacular complexo residencial concebido por Rafael de La-Hoz no coração da reserva de Sotogrande.
Um dos aspetos mais destacados do seu trabalho é a sua capacidade para incorporar pequenos pormenores humorísticos e elementos fora de contexto, prestando simultaneamente uma atenção meticulosa à harmonia e ao pormenor. Esta abordagem nasce de uma variedade de influências fortes e diversas, incluindo Tony Duquette, cuja excentricidade descarada aprecia; David Collins, cujo savoir faire adora; Tadao Ando, que admira pelo seu domínio da proporção; e Cecil Beaton, pela sua versatilidade e arte. Uma lista de mestres que nos ajuda a conhecer e a compreender o estilo chique e colorido de Pepe Leal.